Culpados por crimes contra a paz e contra a humanidade na guerra do Iraque, por terem planejado a invasão de março de 2003 desde setembro de 2001, mesmo que o país atingido não tivesse armas de destruição em massa, como foi argumentado na época. Esta é a sentença proferida contra George W. Bush, ex-presidente dos EUA, e Anthony L. Blair, ex-primeiro ministro do Reino Unido. A decisão é do Tribunal de Crimes de Guerra de Kuala Lumpur (Malásia), considerando como genocídio a invasão do Iraque em 2003 realizado pelos EUA e o Reino Unido, violando os direitos internacionais.
O julgamento foi baseado graças as investigações concretas, o Tribunal Penal de Kuala Lumpur é uma iniciativa do ex-premier da Malásia Mahathir Mohamad, que se opõe firmemente as ações militares lideradas pelos EUA em várias regiões conturbadas. A audiência vem após dois anos de investigação aprofundada, incluindo depoimentos de vítimas da guerra do Iraque pela Comissão de Crimes de Guerra de Kuala Lumpur. Milhões de pessoas perderam suas vidas nas invasões imperialistas dos EUA no Iraque e no Afeganistão nesses últimos anos, e os números aumentam a cada ano que passa.
“As evidências demonstraram que ainda no dia 15 de setembro de 2001 o acusado havia planejado invadir o Iraque. Há documentos que mostram que este plano foi transmitido pelo primeiro acusado e o segundo acusado, no caso George Bush e Tony Blair. Bush havia tentado buscar a aprovação das Nações Unidas para a invasão. No dia 2 de novembro de 2002, a Resolução 1441 desautoriza o uso da força contra o Iraque. Pesquisadores das armas haviam confirmado que não havia armas de destruição em massa”, sustenta o veredito.
O texto argumenta que a “intervenção humanitária”, propósito alegado pelos dois países envolvidos - diziam querer livrar o povo iraquiano de Saddam Hussein -, não constitui base para uma invasão. Além disso, o uso da força deve ser autorizado pelo Conselho de Segurança da ONU, aponta o Tribunal. “A invasão para a mudança de um regime não tem nenhuma base jurídica no direito internacional”, afirma.
“O Tribunal ordena que os nomes dos dois criminosos sejam incluídos no registro de guerra da Comissão de Crimes de Guerra de Kuala Lumpur. E as conclusões deste Tribunal se darão a conhecer em todas as nações que são firmantes do Estatuto de Roma”, conclui.
Kuala Lumpur considera também que ainda hoje há ameças de guerra por parte dos países citados e, por tanto, “um veredito de culpa servirá como um aviso ao mundo de que os criminosos de guerra podem fugir, mas não podem, em última instância, esconder-se da verdade e da justiça”.
Sobre o Tribunal
Além de julgar crimes contra a paz, o Tribunal de Crimes de Guerra de Kuala Lumpur julga crimes contra a humanidade e de genocídio, “especialmente quando órgãos judiciais internacionais relevantes (O Tribunal de Haia por exemplo.) deixam de fazê-lo.”
Fonte:
http://multimedia.telesurtv.net/23/11/2011/59075/tribunal-malayo-culpa-a-bush-y-blair-por-crimenes-de-guerra/