Primeiro foi a Venezuela, logo Bolívia, depois Equador... O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, manifestou que o país está desenvolvendo “um golpe de estado expresso” por parte do Congresso e informou que, apesar dele, se apresentará pessoalmente na sede parlamentaria para dar resposta as acusações contra ele.
A responsabilidade pelo massacre em uma fazenda localizada em Curuguaty, a 280 quilômetros de Foz do Iguaçu, no último dia 15, é o principal argumento usado pelos colorados contra Lugo. Na ocasião, seis policiais e 11 sem-terra morreram em uma desocupação frustrada. A mídia noticiou o fato como uma ação de guerrilha, onde camponeses sem-terras teriam sido treinados pelas FARC. Tudo mentira. As fotos revelaram armas de caça, e a polícia Paraguai é conhecida por fazer o papel de matadores a serviço de fazendeiros e grandes mafiosos. O conflito foi incentivado por fazendeiros interessados no agravamento da situação política e no assassinato de líderes sem-terras.
O secretário do Partido popular Tekojota, Aníbal Carrillo Iramain, denunciou o golpe civil como “um pacto privado entre latifundiários e políticos corruptos. Agora sabemos que por trás do massacre de Curuguaty, criado pelos próprios latifundiários, está um plano de golpe civil para derrubar um governo democrático e colocar em seu lugar um vice-presidente reacionário, ligado aos setores mais atrasados e corruptos do país”.
O presidente legítimo do Paraguai, Fernando Lugo, respeitou a decisão tomada nesta sexta pelo Senado paraguaio e aceitou a destituição de seu cargo como presidente da República dizendo que iria “pela porta mais grande da pátria”, que é “do coração” de todos os seus compatriotas.
O presidente Lugo afirmou que acata a decisão do Congresso de destituir, mas classificou essa medida de ferida profunda na história e na democracia paraguaia”.
Ontem (22/06), o senado paraguaio decidiu, com 39 votos a favor e 4 contra, destituir o presidente democraticamente eleito pelo povo que assumiu o poder depois de eleições pacíficas no qual teve mais de 40 por cento dos votos
Tanto nas ruas de Assunção (capital), centenas de pessoas que desde quinta estavam concentrados expressando o seu apoio ao presidente, repudiaram a decisão do Senado e posteriormente foram agredidos pela polícia, que usaram caminhões com lança-águas para dispersar a multidão.
Milhares de manifestantes ainda continuam ao redor do Congresso para protestar contra o julgamento político dos senadores que decidiram derrubar o presidente eleito pelo povo, Fenando Lugo. Os manifestantes afirmam que vão continuar concentrados no local em defesa pela democracia.
A IGREJA CATÓLICA APOIA O GOLPE
No Paraguai, a Igreja Católica (assim como foi no Brasil em 1964) solicitou a renuncia do presidente Fernando Lugo.
GOLPE SOBRE GOLPE
Em março de 1999 um golpe parlamentar - moldes do atual - retirou do poder o presidente Raul Cubas, democraticamente eleito pelo povo. Em seu lugar, os golpistas parlamentares paraguaios colocaram o então presidente do Congresso, Luiz Gonzalez Macchi. Na presidência, Macchi favoreceu as máfias e criminosos paraguaios. Ele próprio utilizava uma caminhonete 4x4 Nissan Patrol blindada roubada no Brasil. Presidido por um criminoso, o Congresso paraguaio funcionava à revelia da Lei, beneficiando apaniguados e roubando e dilapidando os cofres públicos. Este é o cenário que interessa à esmagadora maioria dos políticos paraguaios - com raras exceções.
Na época, o golpe para derrubar Raul Cubas foi elaborado dentro da Embaixada dos Estados Unidos da América em Assunção. O atual golpe repete o golpe de 1999 e inclusive quem está nos bastidores dele.
Como dito anteriormente, assim age a direita quando não aguenta ver um governo popular avançar e se desenvolver praticamente sozinho (foi aqui em 1964 com Jango). A direita faz coisas absurdas, coisas que violam a lei e os direitos constitucionais de qualquer país, mancham e suja a história e a democracia de uma nação. E sabemos bem quem são os principais protagonistas deste golpe de estado, encabeçado por um certo país localizado na América do Norte.
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