Ainda que a maioria dos países os exércitos e forças de seguranças sigam sendo servidores da classe dominante, grandes proprietários e magnatas, nacionais ou estrangeiros, o exército boliviano, em um ato de defesa da soberania digno de ter inveja, se declarou anticapitalista.
Na celebração dos 200 anos de criação do Exército, o general Édgar Cueto afirmou que a Constituição “dá lugar a que o Exército surja como uma instituição socialista, comunitária”.
“Nos declaramos anti-imperialistas, porque na Bolívia não deve existir nenhum poder externo que se imponha, queremos e devemos atuar com soberania e viver com dignidade. Também nos declaramos anticapitalistas porque esse sistema está destruindo a mãe terra”.
Em suas declarações ditas ao jornal Cambio, o general Tito Gandarillas, quem assumiu na semana passada como comandante chefe do exército, lembrou também que até 2005 o Exército foi mal utilizado pelas classes políticas dominantes. Acrescentou que não se deve permitir que “venham outras potências e decidam por nós, isso é impossível”. Também explicou que o Exército é do povo e para o povo e lamentou que até 2005 a classe política, servindo aos interesses dos grandes capitalistas, em especial fora do país, tivesse usado o exército como protetor desses mesmos interesses, agradecendo ao presidente Evo Morales por devolver seu verdadeiro rol social.
Para Gandarillas, ser socialista significa viver bem e que tenhamos igualdade para todos, que não haja mais as diferenças absurdas entre os pobres e os ricos do país, entre as classes acomodadas e aqueles que não tem nada, que os pobres sejam menos pobres e que os ricos sejam menos ricos. A máxima autoridade castrense explicou que as Forças Armadas assumem sua responsabilidade tal como a estabelece a Constituição Política do Estado.
“O mais importante para as Forças Armadas é participar, tal como disse a Constituição. Não se trata de apoiar, mas sim participar no desenvolvimento integral do país. A Bolívia necessita não somente de suas Forças Armadas, como de todos os bolivianos, sejam operários, camponeses, profissionais...” afirmou.
Evo Morales assumiu desde a sua chegada no poder em 2006, uma política de esquerda, nacionalista e indígena, que conduz a mudar sua posição sobre as Forças Armadas, historicamente apadrinhadas pelos EUA. Gandarillas tem larga trajetória a nível da Força Aérea Boliviana (FAB).
E não poderíamos ter um militar como este no Brasil? |
Muito diferente ao que sucede em países como o Brasil mesmo, onde tanto a classe política, como os grandes magnatas não duvidam em nenhum momento em por seus interesses próprios e os de seus negócios aos cidadãos, inclusive vendendo seu país as multinacionais estrangeiras, enquanto o exército nacional e as forças de segurança simplesmente defendem a oligarquia contra as possíveis tentativas do povo de exigir o que é seu.
E assim deveriam ser as forças de segurança (Polícia, Exército entre outros) em vários países, prender e reprimir os verdadeiros ladrões que são os oligarcas e os magnatas capitalistas e proteger o povo e a pátria contra qualquer ameaça imperialista, no qual infelizmente é tudo ao contrário. Como aqui no Brasil, desde 1964 as repressões contra os estudantes e manifestantes.
Aqui um vídeo em tributo as forças armadas da Bolívia que com apoio popular é digno de ter inveja
Fonte: http://tenacarlos.wordpress.com/2012/01/18/declaraciones-del-nuevo-jefe-de-las-fuerzas-armadas-bolivianas/
AUSHAUSHUAHSUAHSUHAUSH e você acredita nisso? Eu não! Desde a época dos milicos golpistas na Bolívia esses crápulas se diziam "nacionalistas", "revolucionários", e até "antiimperialistas"... Mas não são, o governo boliviano é um governo vende-pátria pró-yankee meu caro.
ResponderExcluirAcreditar vamos dizer que não completamente, os únicos militares que te garanto acreditar são as forças armadas de Belarus e da Coreia do Norte só. Nem a da China e menos ainda a do Brasil acredito, ainda mais depois de 1964. Um camarada um dia me disse que para concretizar a nossa revolução temos que ABRIR OS OLHOS com os dois tipos de barreiras, os militares e a imprensa. Derrubar um governo é fácil, os militares e a mídia é uma tarefa mais difícil, porém com paciência e MUITA estratégia conseguiremos. Apesar de não confiar no Evo, como também nunca confiei no Rafael Correa e graças a você mesmo confiava no Humalla porém como marxistas somos anti-imperialistas. Um camarada espanhol disse uma vez que é certo que Hugo Chávez e a política da Venezuela não seja marxista mas quando a luta é entre o imperialismo e a independência de uma nação contra o mesmo, está claro de qual lado estará qualquer marxista (inclusive Trotsky). Por outro lado, também é certo que o presidente da Venezuela tenha o seu cargo por mais alguns anos, depois de ter sido eleito mais de uma vez e ter lutado contra um golpe de estado em 2002 (que a globo e mais meios de manipulação fizeram vista grossa). O que sim se pode dizer é que lá há ao menos como no resto do mundo "democrático". Ainda haja uma grande diferença: No Brasil ou nos EUA as eleições são controladas e determinadas pelas grandes multinacionais (Aqui mesmo temos o exemplo do claro apoio da mídia com o P$DB). Claro que, apesar de que estar claro de que lado da barricada estou nesta ocasião, também é certo que seguramente a Venezuela e demais países latinos-americanos tem que melhorar muito, e que deve ser o próprio povo de cada país da América Latina que sigam construindo seu próprio destino. Assim que, quando derrubemos o capitalismo criminal, e o imperialismo hegemônico afundar, teremos que lutar contra os que possam surgir. Pra isso temos o Sendero Luminoso no Peru, o Sol Rojo no Equador entre outros aqui mesmo na América Latina e futuramente algum aqui no Brasil com sua sede em SC ;-)
ResponderExcluirEntão meu caro, como já te disse antes, essa história de Bolívia anti-imperialista já vem desde a época do golpe militar, mas, de fato os milicos nunca foram, ao contrário, serviam de capacho aos americanos.
ResponderExcluirE até hoje o governo boliviano continua assim, vou te dar uma sugestão: procura no google sobre o caso dos refugiados políticos peruanos que foram presos e deportados pelo governo do Evo no ano passado. Entre os presos estava uma criança de colo.
Certo, vi sobre isso. A atitude do oportunista Evo (no qual já te disse em não confiar) é digna de repúdio e indignação, fez praticamente o que Getúlio Vargas fez com a camarada Olga Benário, entregou de bandeja o queijo para os ratos.
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