domingo, 4 de março de 2012

Alejandro Cao de Benós nos explica sobre o acordo EUA-República Democrática Popular da Coreia



Alejandro Cao de Benós publicou uma nota de esclarecimento sobre o acordo publicado na imprensa capitalista sobre o acordo temporário alcançando pelos Estados Unidos e a República Democrática Popular da Coreia, e que foi, como é habitual, manipulado para dar uma falsa impressão da realidade.

Ademais de outras coisas, o encargado das relações exteriores do governo coreano deixou claro que a Coreia do Norte não abandonou o seu programa nuclear, mas que segundo suas palavras, ''já dispõe, há anos, da quantidade necessária de mísseis intercontinentais e ogivas nucleares, que atuam como forma de dissuasão para defenderem sua soberania e prevenir uma invasão norte-americana (como sucedeu no Iraque, Afeganistão ou Líbia). Não necessitamos de mais''.

Ou seja, que no momento, para manter distanciado os criminais estão bem sortidos, ainda que esses últimos estejam já carregados até os dentes para o mal de todos aqueles países soberanos que não decidiram proteger-se deles.

Em segundo lugar, lembrou que a RDP da Coreia não mudou as suas intenções de sempre. Algo que ademais serve de recordatório para a maioria dos países que entregaram sua soberania em troca de uma falsa paz, garantida somente pela submissão aos interesses das grandes potências. Ao contrario, na Coreia, disse Cao de Benós, “queremos a paz mas não a mendigamos, jamais conquistaremos a paz a custa do servilismo”.)

E, por último, e relacionando com o anterior, o espanhol a serviço dos coreanos recorda que, ainda que os meios de propaganda assim como eles querem, ou ao menos assim tentam que se pense, “A RDP da Coreia não se vende por comida”, e, ademais de que o acordo é uma moratória e não uma renuncia ao programa de defesa nuclear, o feito de que o país tenha somente 20% de terrenos cultiváveis, e por isso, todavia, seja obrigada a importar muitos grãos do sudeste asiático, jamais cederá seus princípios em seu território ou a soberania e defesa da liberdade de seu povo, ainda que isso não seja demasiado habitual e pareça difícil de entender nos países submetidos as ditaduras capitalistas que estão acostumados a dizer o que os organismos internacionais ou grandes magnatas, ocultos atrás entelequias como as leis que o mercado, lhe impõe.

Vejamos a explicação de Alejandro Cao de Benós em seu blog (traduzida do espanhol)

''Devido à especulação internacional e às análises totalmente errôneas a respeito, escrevo esse artigo para deixar clara a situação e o posicionamento de nosso governo a respeito do recende acordo de 1 de março de 2012, onde os EUA se comprometem a doar 240 mil toneladas de cereais em troca de uma moratória no projeto de enriquecimento de urânio e de mísseis de longo alcance.


A RPD da Coreia possui somente 20% de terrenos cultiváveis, e por isso, todavia, nos vemos obrigados a importar muitos grãos (principalmente soja e arroz) do sudeste asiático. A população, atualmente, não passa fome alguma, porém temos que gastar milhões de dólares todos os meses para comprar cereais. Como todo o mundo sabe, o preço dos alimentos aumenta constantemente devido à manipulação capitalista e a ferramentas como a FOREX (mediante a qual podem inverter milhões em arroz ou café, aumentando seu valor de forma artificial e especulativa). A doação dos Estados Unidos supõe economizar 240 milhões de dólares que podemos usar em investimentos em quaisquer outros setores, como na construção de 100 mil novas moradias gratuitas que estarão terminadas em abril, incluindo na modernização tecnológica e em armamentos.


A RPD da Coreia dispõe, há anos, da quantidade necessária de mísseis intercontinentais e ogivas nucleares, que atuam como forma de dissuasão para defenderem sua soberania e defender seus território de uma invasão norte-americana (como aconteceu no Iraque, Afeganistão ou Líbia). Não necessitamos de mais. O atual enriquecimento de urânio está sendo feito com fins civis, como para as novas cusinas nucleares de grafite (que estarão sendo inauguradas em abril de 2012). Como os EUA estão preocupados que o urânio enriquecido possa ser utilizado para exportação, se comprometeram a entregar reatores nucleares de água rápida (como prometeu George Bush Jr. durante seu mandato), em troca de reatores de água pesada.

As bases ianques na Coreia do Sul, a parte da península
 submetida ao capitalismo
O Departamento de Estado dos EUA e seu presidente Barack Obama parecem ter dado uma virada de 180 graus com respeito à política para com a Coreia, e o atual acordo se deve a isso. Nossa posição tem sido sempre a mesma (queremos a paz, porém não a mendigamos, jamais conquistaremos a paz a custa de servilismo). Foram os norte-americanos que mudaram sua política e não só prometeram ajuda em cereais, como também tentarão iniciar um intercâmbio cultural, científico e desportivo que poderá levar à abertura de relações diplomáticas e à assinatura da paz definitiva da Guerra da Coreia (que passou por uma trégua, com a assinatura do armistício em 27 de julho de 1953).


Desde o armistício, a RPD da Coreia vem buscando a assinatura do tratado de paz. Porém, os Estados Unidos a tem negado, pois sem a assinatura a Coreia poderia ser atacada mais uma vez, sem a necessidade de aprovação internacional.

Nossa política exterior é de amizade com todos os povos (incluindo EUA, Israel, etc.) que respeitem a nossa soberania e não interfiram nos assuntos internos (basicamente: Paz, Amizade, Independência e benefício mútuo).


Assim como a RPD da Coreia não se intromete nas decisões soberanas de outras nações (de que lado estão, se possuem reis ou princesas, o que fazem com seu país, etc...), é hora para o império norte-americanos e seus lacaios aprenderem a ENTENDER a decisão soberana da Coreia do Norte e que a respeitem.


Em resumo:


- Nosso General Kim Jong Un é exatamente igual e segue os mesmos passos e instruções dadas por nosso Grande Líder Kim Jong Il. Está sendo ajudado pelos melhores veteranos revoluconários e líderes de nosso governo, aprendendo diariamente com eles.


- Não haverá NENHUMA MUDANÇA na forma de governo e nem política Juche da RPD da Coreia. A Comissão Nacional de Defesa, o Partido do Trabalho da Coreia e a Suprema Assembléia Popular atuam como soldados fiéis ao Presidente Kim Il Sung.


- Apareceram muitos auto-denominados "analistas" que, devido à sua prepotência e ignorância, estavam crendo que ao falecer nosso Grande Líder Kim Jong Il, a Coreia do Norte retrocederia ao capitalismo e se desintregaria. O tempo põe cada um em seu lugar e, como de demonstra, a união na RPD da Coreia existe, e a população permanece coesa com uma alta educação e responsabilidade ideológica.


O paralelo 38, fronteira artificial estabelecida pela ONU. Ao norte, as tropas
soviéticas se retiraram pouco depois do final da II GM. As tropas
ianques continuam ameaçando a Coreia Popular até hoje

- A RPD da Coreia não se vende por comida. No passado, nosso país aceitou ajudas internacionais frente a desastres naturais e jamais concedeu um milímetro quadrado de seu território ou comércio de princípios em troca de alimentos, incluindo nos momentos mais difíceis da Árdua Marcha (1995 a 2000), quando os trabalhadores morriam em seus postos de trabalho por inanição. Quando os países ditos "socialistas" renunciavam a suas idéias, a RPD da Coreia manteve 
seus princípios levantando alto a bandeira vermelha do socialismo.


- O presente acordo se deve à proposta e à iniciativa dos Estados Unidos, que agora (por diferentes motivo e, provavelmente, por conta das eleições) opta por conversação ao invés de pressões e ameaças. Inclusive, prometeram a suspensão do bloqueio comercial e financeiro.


- O acordo se baseia numa MORATORIA, não num DESMANTELAMENTO das bases militares ou do arsenal (como foi feito na Líbia). Se os EUA violarem suas promessas, a Coreia continuará no seu caminho original como sempre tem feito.


- Nosso slogan é: A RPD da Coreia está pronta tanto para a paz quanto para a guerra.


- A RPD da Coreia nunca se desarmará enquanto existirem superpotências que ameacem sua existência, cultura e direito à vida''.

Fonte: Blog do Alejandro Cao de Benós

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